Manhã de domingo
Despejei lágrimas no café....
O gosto de soro,
Deixou-o com gosto de estranho
Havia palavras para serem ditas
Como tola disfarcei uma fraqueza.
Eu podia alcançar o céu com minhas próprias mãos?
Meu coração, então se sentiu tão apertado...
Todos em volta da mesa me viram...
Com um sinal de amizade,
Disseram ...
“Tudo bem em desistir”
“Tudo bem em desistir”
Você sente necessidades
Essa necessidade está no mundo
De sair
Ver lugar
Conhecer pessoas que vale a pena conhecer
Você sente necessidade
De passar mensagens
Ver lugares vistos por um ângulo,
so por você
Todos estão me olhando de um jeito tão carinhoso.
Mas ninguém me abraça.
Minha mente...
Está sem nenhum controle....
Não posso dar meu melhor
Nesse momento
Não
Posso olhar para o lado e ver mais alguém chorar
Ver mais alguém se machucar
Faz um tempo
Que minhas mãos não seguravam em um lápis
Fazia um tempo que não admirava o céu azul
Fazia um tempo que não via nada belo
Faz um tempo...
Que desejo não encontrar,
Pessoas que dizem
Que estão tão certas de suas opiniões....
O jornal da segunda,
Despeja um café de desgraças,
O gosto da semana é
tão amargo!
Quando chego e vejo meus amigos
Tão desesperados também
A mulher que possui filhos
E chora ao meu lado
Posso entender
O sofrimento que ela vê em filhos alheios e o meu também
Eu posso ver a outra
mulher que tem problemas com a irmã
Posso ver
Outra igual eu
Que quer ver mudança em uma educação
Talvez nessa guerra selvagem
Ela seja mais forte
Por engolir café amargos
A outro poeta quanto eu
Tenho simpatia por pessoas
Pessoas que sabem ....
O que importam....
Pessoas que querem transformar...
O gosto do café em todas as manhãs,
O café de domingo já passou
A moça endireitou a minha etiqueta da minha blusa
pedindo permissão
Era um sorriso daqueles que sabemos,
Que uma hora....
as coisas se ajeitam e voltamos a ficar bem
andei então no meio dos carros
e escutei um grito amigo
Soltando uma piada sarcástica
meu sorriso também fora sincero
As coisas não estão melhorando
Porque estou me perdendo
Estou me perdendo
Por achar que não posso mudar
Mão vazias
Coloco meus fones no ônibus
A música não toca
Ouço a história das pessoas.
Meu signo diz no letreiro,
Que a semana propicia a saúde
Então continuo minha viagem
Para tão longe
Longe demais
Para que possam não me achar
Todas essas pessoas me achando
Faz com que eu me perca no caminho
E todas essas chances
Todas essas coisas são chances
De reconhecer, enfim,
meu reflexo na janela do ônibus.
Sabendo onde quero chegar.
D. Dara Moraes
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